Estudo: O Impacto da Saúde Intestinal em Doenças Neurológicas

O impacto da saúde intestinal em doenças neurológicas, à primeira vista, tem sido objeto de investigação por cientistas de diversas áreas, incluindo a neurologia. De antemão, uma revisão abrangente de estudos científicos conduzida por uma equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) examinou de perto a conexão entre o desequilíbrio da microbiota intestinal, conhecido como disbiose, e uma série de condições psiquiátricas e neurológicas.

Acima de tudo, essa investigação destaca a importância crescente de entender essa relação, abrindo portas para novas abordagens de tratamento e prevenção. Ao passo que continuamos a desvendar os mistérios do intestino-cérebro, promover uma microbiota intestinal saudável pode ser um passo crucial para preservar não apenas a saúde do intestino, mas a saúde e o bem-estar do cérebro.

Qual o Impacto da Saúde Intestinal em Doenças Neurológicas?

Conforme evidenciado por Maria Fernanda Naufel, uma das autoras do estudo e pós-doutorandas em nutrição, os pesquisadores chegaram à conclusão de que existe uma relação íntima e de mão dupla entre a microbiota intestinal e o cérebro, e que o desequilíbrio desses microrganismos se mostra atuante no desenvolvimento, função e nos distúrbios do Sistema Nervoso Central (SNC).

Segundo Naufel, embora ainda sejam necessárias mais pesquisas sobre o assunto, é de suma importância evitar o desequilíbrio da microbiota intestinal, sobretudo durante a gravidez e a primeira infância, a fim de prevenir distúrbios neurológicos.

“O uso de probióticos por pacientes com doenças psiquiátricas e neurológicas é seguro na maioria dos casos e pode tratar a disbiose e os desconfortos gastrointestinais, diminuir os sintomas de depressão e ansiedade e aliviar os sintomas e a gravidade de diversos distúrbios neurológicos, como Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla”, diz a pesquisadora.

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A Prevenção do Desequilíbrio da Flora Intestinal

A especialista, ainda assim, destaca que a prevenção e tratamento do desequilíbrio da flora intestinal podem ajudar no controle de doenças psiquiátricas e neurológicas, pois a inflamação na microbiota intestinal pode afetar o sistema nervoso central e prejudicar a produção de neurotransmissores, impactando o corpo, principalmente o cérebro.

Ainda sobre o impacto da saúde intestinal em doenças neurológicas, outro ponto destacado é que pesquisas têm indicado que crianças com disbiose têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios neurológicos na vida adulta. Portanto, é fundamental evitar o desequilíbrio desde a primeira infância, quando a microbiota está em formação, seja de forma saudável ou não.

“Já existem evidências de que essas bactérias podem influenciar o organismo como um todo e dados que relacionam populações específicas de bactérias com alguns distúrbios e doenças. Entretanto, essas pesquisas enfrentam algumas dificuldades, pois se trata de uma relação muito complexa, já que são trilhões de microrganismos interagindo com o corpo”, explica o psiquiatra Daniel Oliva, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Como Manter a Microbiota Intestinal Saudável?

Por analogia, o ecossistema da microbiota intestinal consiste em trilhões de bactérias e é afetado por uma variedade de elementos, bem como alimentação, metabolismo, idade, estresse, temperatura, sono e uso de medicamentos, por exemplo. Assim, alguns cuidados para mantê-la saudável é imprescindível:

• Ter uma alimentação saudável, especialmente na primeira infância;

• Comer fibras;

• Ingerir probióticos naturais, como kefir, natto, chucrute e leites fermentados;

• Controlar o uso de antibióticos, principalmente na gravidez e nos primeiros anos de vida;

• Se possível, dar preferência ao parto vaginal;

• Estimular o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade;

• Praticar atividades físicas;

• Não fumar;

• Evitar bebidas alcoólicas.

Práticas para Melhorar a Saúde do Intestino

Em síntese, manter o bom estado do intestino é essencial para o bem-estar geral do organismo. Além de adotar uma alimentação balanceada, rica em fibras e probióticos, e evitar alimentos ultraprocessados, é importante considerar a visita regular ao gastroenterologista. Esse especialista pode avaliar a saúde dessa região, diagnosticar possíveis problemas e orientar sobre práticas para mantê-lo saudável.

Para uma avaliação mais aprofundada e prevenção de doenças, exames como a endoscopia e a colonoscopia são fundamentais. O primeiro permite a visualização do esôfago, estômago e parte do intestino delgado, identificando possíveis lesões, úlceras ou inflamações. Já a colonoscopia é indicada para examinar o cólon e o reto em busca de pólipos, inflamações ou sinais precoces de câncer colorretal.

De maneira idêntica, então, priorizar hábitos saudáveis, aliados à orientação médica profissional e à realização de exames de rotina, contribui significativamente para a promoção da saúde intestinal e o bem-estar como um todo.

Atenção aos Sinais de Alerta

Sob o mesmo ponto de vista, é fundamental estar atento aos seguintes sintomas e buscar avaliação médica especializada para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado:

• Dor abdominal persistente;
• Alterações no padrão intestinal (constipação, diarreia);
• Sangramento nas fezes;
• Perda de peso inexplicada;
• Fadiga constante.